09/10/2009

Escolhendo a faculdade

Estava conversando com uma amiga que está se preparando para prestar vestibular e lembrei da minha época de alcoólatra estudante. E de alguns fatos nebulosos em meu passado, como quando me vesti de mulata pra desfilar pela viradouro inscrevi no vestibular pela primeira vez. Quem me conhece sabe (ou não) que eu fiz 2 anos de engenharia. Pois é, eu também não entendo por quê tem gente que faz essas coisas. É um ponto realmente marcante na vida de todo(a) jovem essa história de vestibular. Pois bem, fato é que sempre fui um cara que adora desenhar e escrever, que adora música, cinema, esportes, mulher – basicamente TUDO coisa que Engenheiro não gosta muito (qualé, entrar em uma faculdade onde você SABE que dos 60 alunos da sua sala aproximadamente 57 vão ser homens não é coisa de alguém que goste muito do doce, convenhamos). Mas tem um fator terrível, que até deveria vir em um novo post de confissão: meus pais são engenheiros. Sim, minha mãe também – se bem que eu até entendo uma mulher querer fazer engenharia: pô, imagina você entrar em uma faculdade onde, dos 60 alunos da sua sala, 57 vão ser HOMENS! Grande probabilidade de arranjar marido e nunca ter que fazer PN na vida (não foi o caso da minha mãe, que se ferrou e pegou um marido pobretão que nem ela e os dois tiveram que trabalhar a vida inteira)!

Pois bem, cheguei eu, um moleque bobo de 17 anos (diferente de hoje, que sou um homem bobo de 30), na agência do... powtz, sei lá, faz muito tempo. Acho que era Bradesco, mas não influencia na história. De qualquer modo, sempre gostei muito de psicologia, propaganda e desenho como carreiras. Também pensava em engenharia – basicamente porque eu pensava que, se não fizesse engenharia, iria morrer de fome e desempregado (influência dos meus pais??? IMAGINA! ). Quando cheguei na bendita agência do Bradesco (ou qualquer outro banco, pôrra!), pra resumir a história, eu tinha basicamente 2 cursos em mente, entre os quais não conseguia decidir. No auge dos meus velhíssimos 17 anos, tinha que tomar uma decisão que alteraria para sempre minha vida. Que definiria o que eu seria quando crescesse, as oportunidades que eu teria, a grana que teria, quem eu conheceria e vários outros “ias”.

Bom, tá, não é bem assim – mas na época eu achava que era. Mal sabia eu que FODA-SE: você pode mudar de curso, quase ninguém trabalha na área que se forma, etc. Mas na época eu não sabia de nada disso. Nem reparei a IMENSA fila andando (começava FORA DO BANCO). Só sei que, quando acordei, era minha vez. E o manual lá, em branco. Quis pagar; a mulher do caixa não deixou: “Só preenchido”. Olhei a fila: ainda estendia-se como uma serpente até o lado de fora do banco. Mas a tiazinha era legal e me deixou furar: “Olha só, pega essa caneta aqui. Isso. Vai ali do lado e preenche, aí volta aqui. Não precisa pegar fila de novo não.” Valeu TIA!!!, dizia meu tímido sorriso. Fui ao caixa ao lado (nota: porque é óbvio que, uma vez que tinha MUITA gente para ser atendida, tinha um – UM – caixa aberto! >.<) e o usei-o-o como mesa. Vamos lá, instruções: preencha os campos com letras de forma etc, etc. Fui lá: nome, endereço, data de nascimento... até relaxei, tava mó fácil! Se o vestibular fosse assim ia ser sopa!

Mas aí, quase no final da página, 3 campos para preencher o curso que eu queria. 1ª, 2ª e 3ª opções. Dentro da mesma área, então nem dava pra colocar as duas opções que eu tinha em mente. O que colocar? Pânico. Mordi a caneta. Fiquei com nojo, não era minha! Fiz careta e comecei a meio que cuspir. Limpei a boca com a manga da camiseta. Percebi que não tinha manga: estava de regata. Limpei na barra mesmo. Aí me veio a cena: eu, de regata furada, 8 filhos, num barraco jóia bem pertinho da marginal. Se não fizesse engenharia, claro. Preenchi correndo as opções: 1-Engenharia Mecatrônica; 2-Engenharia da Computação e 3-Engenharia de Produção. Voltei, entreguei a ficha para a tiazinha e paguei os 100 mangos.

E foi assim que, porque a tiazinha não aceitou o bagulho em branco, eu escolhi em 5 minutos minha “carreira”. Lógico que acabei desistindo - me formei em Propaganda e Marketing. E trabalho com RH. ;)

3 comentários:

ANNE KARINE DE LIMA disse...

Ano que vem termino administração. Mas não penso em atuar na área. Vejo Contador assumindo uma empresa como administrador e o CRA que a gente paga, não serve para muita coisa.
Até mesmo engenheiros assumindos cargos executivos de uma empresa. (¬¬)

Monicake disse...

De regata, Rô??? REGATA? Ninguém merece.. hahahahaha

RodOgrO disse...

Pois é, e furada ainda por cima! Vê bem o que tá te esperando!