25/04/2008

Crimes ou Revolução?

Eu não entendo muita coisa da ditadura. Eu sei o que eu aprendi na escola e no cursinho, e é basicamente isso. Sempre quis ler "A Ditadura Envergonhada", mas sinceramente o tamanho do livro me desestimula (minha curiosidade sobre o tema não é tanta assim). Quem sabe um dia.

Ainda assim, vou opinar sobre o tema (desde quando ignorância me impediu de opinar sobre qualquer coisa? \o/). Porque só nas últimas duas semanas recebi três e-mails com o mesmo tema: algum personagem político atual, com o currículo de suas "atividades criminosas" e condenando as pessoas-tema (entre elas nossa queridíssima ministra Dilma Roussef) por seus - fica parecendo pelo texto - injustificados atos criminosos: roubos, assassinatos e atentados terroristas.

Quando eu penso na luta armada contra a ditadura, eu particularmente não consigo julgar essas pessoas como "criminosas". Tá, gente sádica que gostava era de explodir o mundo é claro que tinha - mas DOS DOIS LADOS (do lado dos militares obviamente tinha gente que achava que estava fazendo a coisa certa e também muito torturador sádico). De novo: não vivi naquela época (nasci no finalzinho dela, tcherto?), e o que sei chegou até mim academicamente.

Mas me parece "natural" que os revolucionários atacassem o consulado americano, por exemplo: é documentado o fato de que os EUA ajudaram a ditadura no Brasil tanto financeira quanto militarmente. E também que eles assaltassem bancos e quartéis em busca de dinheiro e armas: de alguma forma tinham que sustentar a guerrilha, e não vejo a CAIXA ECONÔMICA abrindo uma linha de crédito para eles. E morreram pessoas na operação, soldados que estavam de guarda e mesmo civis - o que é realmente uma pena, mas por que essas mensagens não mencionam o outro lado? Quantos estudantes e jornalistas que nunca tinham VISTO uma arma não "desapareceram"?

Um exemplo em particular me irritou: relatam o assassinato de um tal de Capitão Chandler, "na frente de sua mulher e filhos" (para enfatizar o absurdo do crime). Lembrei da época de cursinho. Um professor relatou a experiência que teve naquela época. Ele não era terrorista, era moleke demais para isso. Mas participava daqueles protestos estudantis rebeldezinhos "de esquerda" (professor de História, óbvio) e talz. Mas o pior crime dele foi cantar músicas censuradas e usar uma camiseta com a cara do Che Guevara AO MESMO TEMPO, ou qualquer coisa genérica dessas. Mas de qualquer modo uma noite soldados invadiram sua casa e espancaram seu pai e ele a coronhadas. Sua mãe e sua irmã foram estupradas na frente deles, com o requinte de crueldade de violentarem sua irmã também COM A BAIONETA. Lembro que ele chorou enquanto contava a história, foi ducaráleo, realmente emocionante. Enfim, levaram-no para uma prisão onde ele foi torturado por uma semana - e ele se considera SORTUDO por ter sobrevivido. Justifica o assassinato do Capt. Chandler? Não, claro que não - mas explica. Guerra é guerra. E é fácil acusar "o outro lado" e esquecer que tem telhado de vidro.

Pessoalmente, desagrada um "movimento" propagando a visão de que lutar por seus ideais é ser terrorista e criminoso. Vejam bem, sou contra a violência - qualquer tipo de violência - mas não acho que temos que ser passivos e aceitar na boa uma situação ditatorial. Algo tipo: "não lute pelo que acredita. Se estiverem matando seus amigos e familiares, fica na sua."

Ok, claro que o mais provável é que estejam simplesmente querendo denegrir a imagem desses políticos - notavelmente petistas (me lembro que um era sobre a Dilma e o outro sobre o Dirceu). Mas sempre pensei nas pessoas que lutaram contra a ditadura como HERÓIS (claro que os que viraram políticos já venderam a alma faz tempo e são podres - como todos os outros políticos - e devem ser extintos). E mesmo que seja só picuinha política, toda vez que leio uma mensagem dessas sinto um powta mal agouro...

7 comentários:

Andréia disse...

Nossa Ro....que post "cabeça" rsrsrs
Rodogro também é cultura!!!!!!!


Beijãozão e um ensolarado final de semana!

Anônimo disse...

Querido, eu devo confessar que o "se eu não me engano" pegou super mal... mas o que eu posso fazer se minha memória não anda das melhores uai? kkkkkkkkkkkk


beijocas.

Anônimo disse...

Querido, eu devo confessar que o "se eu não me engano" pegou super mal... mas o que eu posso fazer se minha memória não anda das melhores uai? kkkkkkkkkkkk


beijocas.

Andréia disse...

hahahahahahahahahahahahahaha J.C????
Xiiiiii meu amigo, tô mais pra Judas do que pra J.C.....


Beijossssssssssssssssssssssss

Anônimo disse...

Ogrento, rãnei, eu super ia fazer altas considerações ontem nesse post, mas hoje eu numa TPM tão féladauta que eu quero mais é que todo mundo se mate. \o/
Beinoenemmeligaquetoazeda.

kami disse...

Adorei o post! E como vc mesmo disse que ignorancia não impede de dar a opinião vou dar a minha!
Não nasci nem no finalzinho da ditadura (sou uma mocinha novinha e com pouca vontade de saber dessas coisas, mais do que já sei...ainda me revolto com a democracia forçada e fingida em que vivemos) e nem vontade ler o livro "A ditadura envergonha" eu tenho, mais acho que os fins justificaram os meios!


Bjussssssssss

Flávio Dantas disse...

mt legal por aqui!
vamos nos linkar? :}