05/12/2008

Lembranças da Disney

Estranho como algumas coisa marcam a gente, à ponto de conseguirmos lembrar de tudo como se estivéssemos vivendo agora. Por exemplo:

Em 1995 eu estava em plena adolescência. Férias de inverno no Brasil, e de verão na América do Norte. Porque o mundo é assim, invertido. Porém, às vezes, faz frio no verão aqui, enquanto é inverno e faz frio por lá. Acho que é por causa de toda a destruição que o ser humano provoca na natureza, não sei. Mas divago. Era o ano de 1995, eu estava em plena adolescência e meus pais resolveram fazer uma viagem para os Istêites. Caridosamente (como alguns pais têm a tendência) levaram minha irmã e eu. Disney, aqui vamos nós!

Essa viagem foi uma alegria: não só eu esfaqueei a minha irmã em determinado ponto, como inalei hélio pela primeira vez e quase fui expulso do Sea World. É nesse último que gostaria de focar (de “foca”, manja? Sea World? Focas e outros bichos marinhos, mamíferos e/ou peixes e até alguns vegetais? Hã? Hã?). Não conhece? Bom, o Sea World é a Disney dos peixes. É um “Aquário de Santos” metido à besta, e é famoso só porque é dos gringos (momento nacionalista! \o/). Na verdade é bem interessante, os bichos fazem truques idiotas, caindo na água e molhando a platéia. E eu tava todo afins de conhecer e ver as meninas trouxas de camisa branca molhadas. Então pus minha camisa oficial do New York Knicks – um azulão bonito, com um número 3 laranja gigante, do Starks. Mas divago de novo.

Chegando lá, powta calor, paramos o carro em uma vaga daqueles estacionamentos com nome bonitinho que eles têm por lá (devo ter parado no “Anêmona 7” ou qualquer outro ser marinho) e ficamos esperando o “trenzinho” que nos levaria do estacionamento até a entrada do parque (porque é perto pacas). E foi juntando várias pessoas, e mais algumas, e alguns seres estranhos - leia-se americanos, que no meio de tanto turista de outros países é realmente um bicho estranho. Aliás, alguns eles não deixaram sair, achando que pertenciam ao parque.

Enfim o trem chegou e o povo começou a subir. Como havia vários “carros” no trem, ficamos em um deles bem no meio, e deviam ter uns 8 “carros”, cada um com capacidade para umas 8 pessoas. Total: 64 pessoas naquele trenzinho – e ainda sobrou gente para esperar o próximo! Se você está pensando: “cara, mas que situação perfeita para dar uma mancada federal” aguarda só. Eu sou bom nisso.

Enquanto aguardávamos o carrinho encher, conversa vai, conversa vem e meu pai pergunta: “E a câmera fotográfica?" Pronto: eu tinha ficado encarregado de pegá-la no carro e esqueci. A solução? Vou lá pegar, pego o próximo trenzinho e encontro vocês na entrada. Tudo ótimo, belezinha, tudo certo – pro desastre. Quando vou descer do carrinho ele começa a andar e eu, como bom moleque (15 anos era moleke no meu tempo), pulo do carrinho em movimento mesmo (a alucinantes DOIS km/h). Quando estou chegando em nosso carro alugado, na verdade a uns 3 metros dele, ouço uma voz ao longe: “Hey, number 3!!!” (algo como “Ei, número 3!!!”) e escolho ignorá-la. Péssima escolha. Em breve ouço um CORO de mais ou menos 100 pessoas: “HEY, NUMBER THREEEEE!!!” (algo como “EI, NÚMERO TRÊEEEES”). Já sentindo a merda, olho vagarosamente sobre meu juvenil ombro e noto que as 100 pessoas estão me chamando pelo número da camisa oficial do Starks. Quando eu olho, berram que a motorista do trenzinho quer falar comigo. E eu, olhando o carro tão perto e não querendo perder a viagem, respondo que “ok, só vou pegar uma coisinha” (sim, em inglês).

Volto andando, sob os olhares de ódio de todo mundo que está esperando esse e o próximo carrinho andarem e a cara de “se fudeu” dos meus pais e minha irmã. Algumas pessoas apontavam, sérias, outras com cara de medo. Podia praticamente ouvi-los dizer para os filhos: "Viu? Não seja como esse aí, ó". Pensei: “Tô ferrado. Vão me expulsar daqui”. Mal chego à janelinha da motorista (que não tinha janela) e ela já começa a descer lenha (que era perigoso, que era contra as normas do parque, e bláblábláblá...). E, atrás de mim, ouço os sussurros da multidão. Quando ela termina, perguntando se entendi, eu – como bom FDP – resolvo sacanear e tirar um sarro da cara dela:

“No hablo inglés”

E não é que ela repetiu tudo em Espanhol? Malditos imigrantes!!! >_<
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7 comentários:

Lara disse...

Hahahahahaha, olha o mico, Brasil!

Anônimo disse...

É por isso que eu amo os brasileiros. Se fossem americanos não iriam descer do trem e iam acabar contratando alguém para tirar as fotos pagando um fortuna (eu tenho certeza de que deve ter disso por lá).

E o final, ao tomar o esporro em dose dupla foi épico. Meus parabéns!

Anônimo disse...

hahahahahhaa
que vergonha alheia de vc!

Unknown disse...

Menino... que coisa! risos...

Anônimo disse...

UHAUAHUAHAUHAUHAUAHUAAU...
FAIL!

Anônimo disse...

hahahahahahahahaha! mto bom! Gostei daqui!

Anônimo disse...

em 1995 tbém estava na Disney..rsrs...em julho. Será que me viu por lá ??rs

bjão

LuRussa
www.garotinharuiva.blogger.com.br