24/03/2009

Versão 30.0

E aí que hoje é o meu aniversário. Pois é, até um ogro tem direito a celebrar o dia em que essa calamidade abateu sobre a humanidade dia do nascimento. Como o título já entrega, hoje faço 30 anos - o que é uma idade de certa forma emblemática. Porque, como estava conversando com a Gabi hoje mesmo, é uma idade que quando a gente é mais novo imagina:

1 - que quem tem é velho bagaráleo
2 - que já estaremos "feitos" na vida: casados, três filhos, ricos estáveis financeiramente, carreira bacanuda, etc.
3 - que nunca vai chegar.
4 - que balzaquianos*... quem é Balzac mesmo, caráleosvoadores?
5 - que ia mudar muita coisa

Eu me enquadro em pelo menos 3 desses itens. Não posso exatamente reclamar, e na verdade acho que dá um certo gosto as coisas não saírem como planejado (mas não muito, porque eu gosto de planejar e fico puto quando algo não dá certo). As surpresas, as reviravoltas, acabam dando gosto a nossa ridícula e breve existência.

Qual o saldo de 30 anos vividos (bem ou não)? Experiência - e como faz a diferença isso. Deixei de lado, já há algum tempo, aquela visão Pollyanna do mundo e das pessoas, e aquele sentimento de que vou mudar o mundo. Acho que dá para dizer que a gente fica "escolado". Faz parte. O lado legal é que aos 30 temos liberdade para fazer qualquer coisa e maturidade para essa "qualquer coisa" não dar tanta merda quanto aos 20, por exemplo (eu sei, eu sei... muito pirralho por aí vai dizer que é livre, que pode fazer o que quiser e por aí vai. Mas é diferente, e você vai entender quando crescer! hahahah). Ou seja: nada de comas alcóolicos, nada de exageros absurdos e sem medida (ou quase), nada de abandonar o emprego para ir para AQUELA festa da facu, nada de torrar a grana completamente em viagens, CDs, DVDs, presente pra namorada (mal aê). E assim fica tudo muito mais divertido. Até o que você apronta, porque você tem real noção das conseqüências e portanto escapar ileso tem muito mais gosto.

No meu caso em particular, apesar de não transparecer muito por aqui, não muda muita coisa porque tenho idade mental de 69 anos. Sempre fui o "chato", o "responsável", até já me chamaram de "paizão" - alcunha que ganhei a contragosto. O fato de ter sempre tido nota alta, saber planejar financeiramente e nunca ter ficado bêbado na vida, para citar alguns exemplos, contribuiu pra isso - fazeroque? Nunca me incomodou, porque sou assim mesmo.

Mas aos 30, ah, aos 30... não mudou nada: continuo chato, responsável, paizão, cínico e sarcástico. heheh

E agora de volta à programação normal. Mas versão 30.0.


* Na verdade, a expressão "balzaquiana" se aplica originalmente às mulheres. Foi cunhada graças a um livro de Honoré de Balzac de 1844, "A Mulher de 30 Anos", onde Balzac, através da história de Julie, faz uma apologia às mulheres mais maduras. No entanto, foi há muito adotada em português para descrever qualquer um que "adentra" a cabalística idade de 30 anos. Nhé, sou cultura também, tápensandoquê? Beijomedesejaparabéns! E aproveita e deseja parabéns pro Leão, que o gaúcho (sem ofensas, é só fato) também aniversaria hoje!
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4 comentários:

Sabrina Mix disse...

Oi, Rodrigo!

Meus parabéns! Já pode acrescentar uma nova experiência de vida aí: estar antenado com o universo feminino. Afinal, não é qualquer um que sabe do que se trata o termo "balzaquianas" e muito menos que tenha alguma noção do que se trata a "visão Pollyanna do mundo".

Beijos e sucesso!!!

Julis disse...

Parabéns pra vc, quase que somos dos mesmo dia eu fiz 30 ontem dia 25 :)

ANNE KARINE DE LIMA disse...

=) Parabéns novamente.
\o/
Eu sou mais velha que você. O.o'

Angela Natel disse...

Feliz aniversário! Fiz 30 em fevereiro! É uma nova etapa, mesmo. Um grande abraço.