28/12/2010

Eu não acredito mais

Ok, sei que começar um texto assim nessa época do ano é uma feladaputice deliberada, mas juro não vou falar de criaturas mágicas ou do espírito natalino.Vou falar de voar. E não, também não envolve dorgas. ¬¬

Hoje pegamos (eu, mulher e a bebê mais linda do universo) um avião para o Rio de Janeiro, onde passaremos o ano novo. E uma atividade tão simples, assim de repente, evaporou minha crença, confiança, fé e principalmente qualquer resquício de obediência que o terrorismo das companhias aéreas tenta impor com seus “levantem as mesas, não fumem (ok, esse é bom continuar seguindo porque causar incêndio continua sendo problemático em um avião a 20 mil pés), apertem os cintos o piloto sumiu, assentos na posição vertical, desliguem os aparelhos eletrônicos, contraiam o esfíncter, inspirem pelo nariz e soltem pela boca e pisquem os olhos 12 vezes” e que fazem com que você queira assassinar (a pescotapa e croque) o pivete de 12 anos com boné para trás ouvindo New Kids on the Block em seu iPod Nano (New Kids mesmo, porque sou velho, falou? E iPod Nano porque sou velho mas sou meio geek, então de eletrônicos eu manjo). Ou Restart ou Luan Santana, vá lá, como me lembraram uns amigos aqui do Rio (tô por fora das modices, mal aê). Se bem que por esses dois últimos, pelo que me contaram, vale a bordoada só pelo gosto musical duvidoso. Mas divago.

O negócio é que na referida viagem estávamos para decolar, o piloto avisou para as Aeromoças assumirem as posições, e a infeliz atrás de mim escolheu essa hora para dar uma mijada. A aeromoça perguntou se ela poderia esperar 5 minutos, ao que ouviu a resposta negativa: “Ou vou agora, ou vou rebatizar o saquinho de vômito”. A aeromoça então, sem insistir uma vez sequer ou fazer qualquer cerimônia, simplesmente liberou o dábliucê. Sussurrou alguma coisa no ouvido da coroa (que imagino tenha sido algo como: “boa sorte” ou “segura na pia e tenta não se mijar nem molhar o banheiro inteiro”) e lá foi ela. E decolamos. Nada de “Sr. Piloto, aguarde um minuto que temos uma mijona por aqui”, ou de “Sinto muito minha senhora, segura ou passa a usar fralda geriátrica”. Nada. Ela foi, mijou, decolamos, ela se limpou e saiu numa boa. Vini, vidi, urini.

Porra, que moral tem agora essas regras para me impedir de reclinar e tirar um cochilo durante a decolagem, após 3 horas de atraso? Ou de jogar “angry birds” no meu celular (se eu tivesse um iPhone com angry birds, claro – no meu caso, jogar paciência, ou seja, ignora que não vou jogar nada e vou ler a revista de bordo)? Ou de ouvir música no celular, sem fone de ouvido igualquinembuzão? Ou até de usar a mesa para apoiar minhas palavras cruzadas? Nenhuma, respondo para vocês! NENHUMA! *bate na mesa*

Tirando o fato de que teoricamente eles podem me expulsar do vôo caso eu não faça o que eles mandam – puramente por capricho, como fica óbvio depois de testemunhar o causo acima, mas é a famosa “lei do pequeno poder”. Ou seja, estou reclamando de reclamão, porque não vou arriscar ser retirado do avião e perder a viagem. ¬¬

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