12/11/2012

Susto

Semana passada, por conta de uma tosse chatinha que já vinha me enchendo o saco há quase um mês. Eu na verdade já tinha decidido comprar um xarope e pronto (apesar de já ter tomado 2 diferentes e não terem tido efeito), mas graças à insistência de uma pessoa linda, me dirigi ao pronto socorro.

E olha só, a tosse era na verdade uma pneumonia “moderada para grave” e acabei sendo internado no mesmo dia (sem correria, aliás levaram algumas horas para me liberarem um quarto). Começou com uma sinusite que precisava de um raio-x da face, e um “som” que fez com que o médico suspeitasse de algo e pedisse um raio-x do peito também. Esse raio-x mostrou uma pneumonia, que podia ser só um princípio ou poderia ser mais séria, e isso levou a uma tomografia. E lá fui eu, com antibiótico na veia (e andando com o saquinho a tiracolo, que nem em filme), para a máquina. A tomografia levou uns 25 minutos e o resultado levaria ainda mais tempo, quase 2 horas.

Quando veio o resultado o médico me olhou com cara de espanto, repetindo as perguntas sobre dor, falta de ar, cansaço. Eu não tinha sintoma algum, mas meu pulmão estava uma nhaca. E aí, com bastante cuidado, ele sugeriu me internar. Preocupado com a princesa e a rainha, eu neguei. Me dispus a voltar para tomar o antibiótico, se fosse o caso, mas precisava ir para casa ajudar. No fim, após eu dar uma teimada (afinal, sem sintoma algum, eu realmente não conseguia reconhecer que estava com alguma coisa tão séria assim), li as entrelinhas da delicadesa dele – “olha, seria melhor ficar”, “você seria melhor cuidado”, “é muito mais do que só o antibiótico, você vai fazer inalações, fisioterapia pulmonar, etc.” – e aceitei que teria que ficar. E enxerguei algumas coisas claramente (apesar de já saber) na rápida sucessão de eventos que se seguiu.

Minha mulher é especial demais. Chorou quando o médico falou que eu tinha que ser internado e segurou a barra forte quando eu sugeri que não queria ficar. Me deu bronca, me apoiou, cuidou de mim e foi a melhor mulher que eu poderia imaginar (ou merecer).

Minha irmã é realmente a melhor irmã do mundo. Liguei para ela e não houve um segundo de dúvida, de “tenho mesmo que ir”, de nada; apesar de ela estar provavelmente super cansada, retornando de uma viagem. Quando eu preciso, ela está sempre lá. <3

Meus pais, apesar de um pouco neuróticos demais, também. E veio meu pai, com toda a sua fobia de hospitais, ficar comigo nos 2 dias e noites em que fiquei internado. Mesmo eu pedindo para não vir – não quero nem cansar nem estressar o velho, afinal, e nunca tive problema em ficar sozinho. E foi bom, é claro, ter companhia. Mesmo tendo que assistir a jogos de tênis chatos.

E foram 2 dias de exames e checagens de 3 em 3 horas, fisioterapia pulmonar, antibióticos e outros remédios. E ser pinicado daqui e dali, várias vezes. Mas no fim das contas, nas 2 visitas que o infectologista fez, ele acabou elogiando minha “excelente condição clínica” e recebi alta sem maiores surpresas.
Mas o que aconteceu comigo em um susto desses, no final das contas, foi eu pensar bastante. Na vida (brega). Nas pessoas que amo (breeega). Em nós mesmos (breeeeeeeeeeega). É muita breguice, eu sei, mas é realmente o que aconteceu.

Só não sei ainda se gostei do que vi.
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Um comentário:

B. disse...

que bom que agora está tudo bem! Até chorei lendo seu post. melhoras!