08/04/2014

Sentimento

Daqueles momentos em que, sem motivo, sem causa, de repente, bate aquela tristeza que parece não ter fim. Uma solidão e um vazio tão imensos que parecem englobar tudo, o mundo, a mim, minha mente e mesmo minha alma. Arrastando tudo para aquela escuridão mais escura do meu ser, aquele canto mais remoto e rejeitado, aonde aquilo que mais detesto em mim se atreve a vir à tona e respirar ar puro mesmo tendo sido sufocado por tanto tempo, por anos, por eras. Porque o pior de mim não morre nunca, não importa o que eu faça.

Mas se por um lado é uma batalha constante contra eu mesmo e o pior de mim, o meu melhor também está sempre lá, também resiste, também espreita... E assim, há sempre um resquício de luz, uma pequena fresta na escuridão. Mesmo que passe despercebida nos momentos de maior vazio, pelo que parece uma eternidade, ela está lá atenta, constante, aguardando. Basta vê-la de canto de olho para o vazio afrouxar a pressão da solidão, a tristeza aliviar - apenas de leve, e tão somente de leve, mas quanta diferença.

A luz, ainda bem, também não morre.
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