21/10/2015

Ame grande, ame muito

disclêimer: texto sem ironia e sem (muitas) piadinhas, mas contendo algumas verdades (minhas. A "verdade", quando se trata de conceitos e valores, é uma coisa individual). Teje avisado!

Uma das coisas que aprendi conforme fui amadurecendo (a idade mental agora já deve chegar em quase 9 anos) é que nós amamos o quanto nos permitimos amar. E o quanto isso deveria ser independente das outras pessoas, de reciprocidade: o amor verdadeiro simplesmente é. Um conceito abstrato e ilógico, tanto quanto o conceito de Deus. Mas não sejamos hipócritas: é muito mais gostoso quando recíproco.

De qualquer forma, às vezes percebo em conversas e textos que muita gente evita se entregar, planeja cada etapa como se fossem fases de um jogo: bobeiras, como não ligar no dia seguinte. O amor não é um jogo, meus amigos e amigas. Quando transformado em jogo, aliás, as chances de todos os envolvidos perderem é desesperadoramente grande: como um dado viciado, aonde "a casa sempre vence", mas muito mais doloroso.

Outro amor, esse em alta nesses tempos de rede social - pelo menos em discurso - é o amor entre amigos. Estranhos que nem tiveram contato "real" mas que desenvolvem uma afinidade tão grande que é impossível não se intitularem amigos. E, aliás, quem poderia dizer que - no mundo de hoje - esses laços virtuais não são um contato real? Afirmo com toda a convicção que são, e sou um desses praticantes do amor virtual, da amizade à distância, puramente intelectual.

Mas o amor mais escasso que existe hoje em dia, sem dúvida alguma, é o amor a quem não conhecemos, ou a quem pensa diferente de nós. Estamos nos polarizando de tal maneira como espécie, e nos tornando tão inflexíveis em nossas opiniões - e temos que ter opiniões sobre tudo, não é mesmo? Sou réu confesso e culpado desse mesmo pecado - que tenho medo de onde chegaremos, como sociedade, se persistimos nessa direção. E essa empatia é tão importante, até mesmo para explicarmos nossos pontos de vista. Estamos nos fechando a novas idéias, novos conceitos e às diferenças. Nos cercando de nós mesmos em outras pessoas que pensam absolutamente igual a nós. Na cultura de mídia social isso se tornou um fenômeno também, aonde nossos egos nos torna grandes embaixadores de nós mesmos.

E por isso sonho com outra proposta, uma mudança em nossos paradigmas, um exercício de auto conhecimento e auto desenvolvimento, em benefício de todos. Considerando a premissa do início do texto, de que o amor verdadeiro não exige retorno, devemos amar grande, amar muito, sem jogos, sem fronteiras, sem partido. Amar os amigos, amar os amores e amar quem pensa diferente também.

Sabe, uma coisinha chamada também de "amar ao próximo".

Como amamos a nós mesmos.

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